*Por Fabiano Alves Pereira

Fatores como a divisão do trabalho, nascimento do comércio e do dinheiro, surgimento da propriedade privada, do Estado, da guerra e da escravidão, fizeram com que as comunidades primitivas passassem por uma profunda transformação, gerando inúmeras diferenças sociais.
Com a queda do império Romano iniciou-se a Idade-média que durou cerca de mil anos. Nesse período, inúmeras pessoas foram condenadas e mortas pelo Tribunal do Santo Ofício (Inquisição). O Historiador Mario Schmidt descreve a Inquisição nas seguintes palavras:
Os suspeitos de cometer heresia eram presos e interrogados... os acusados eram torturados até que confessassem (ou morressem de tanto apanhar) Por exemplo, os pés do prisioneiro eram mergulhados dentro de um panelão com azeite, fervendo, palitos eram enfiados debaixo de suas unhas, os mamilos eram arrancados fora com um alicate. Geralmente o acusado berrava de dor e sofrendo muito, acabava confessando inclusive o que não tinha feito[1].
O castigo variava desde advertência, a prisão ou mesmo a morte. Dentre tais mortos, estavam milhares de mulheres que associadas a práticas satânicas tiveram como destino a execução na fogueira.[2]
Avançando um pouco no tempo, chegamos ao século XVIII que com sua Filosofia das Luzes (Iluminismo) trouxe grandes pensadores que defenderam idéias ligadas a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Exatamente hoje, 11 de setembro de 2010, completa-se nove anos desde que as Torres Gêmeas caíram. Façamos uma reflexão: Como caminha a humanidade desde então?
Analise o seguinte: Conflitos étnicos e religiosos são constantes nos noticiários. Além da discriminação racial, que é uma realidade que não podemos negar, percebemos que o valor de uma pessoa é medido muitas vezes pelo que ela possui e não pelo que ela é. No trabalho ou na escola temos de conviver com piadas preconceituosas em relação a loiras ou a portugueses.
Torrna-se necessário fazermos uma autoanálise e verificarmos como estamos nos comportando em relação às atitudes que presenciamos no nosso dia a dia. Estamos tratando a todos com a dignidade e respeito que merecem?
Independentemente de cor de pele, condição social, ou qualquer outra diferença, pertencemos a uma mesma família. Nada de “raça negra”, “raça branca”, “raça amarela”, o que existe na verdade são apenas etnias diferentes. Estudiosos atuais concordam que pertencemos todos a uma mesma raça, a Raça Humana. Assim, nunca nos esqueçamos das palavras cantadas pelo coral CantArte da Escola Estadual Presidente Tancredo Neves: “Não importa cor, língua ou nação, perante Deus somos todos iguais”.[3]
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* Graduado em História pela Universidade Estadual de Montes Claros e pós-graduado em História e Cultura Afro-Brasileira, Docênica do Ensino Superior e Arte em Educação pela FINOM, atua como professor das disciplinas Artes, História e Iniciação Musical, na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, em Taiobeiras, MG. [1] SCHIMIDT, Mário. Nova História Crítica, 6ª Série: Nova Geração, 2005. [2] Para maiores informações, consulte “Malleus Maleficarum – O Martelo das Feiticeiras”, escrito em 1488, por dois inquisidores, Heinrich Kramer e James Sprenger. |