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Dia da Síndrome de Down
revela evolução da inclusão no Brasil
No dia 21 de março, o mundo
comemorou o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data remete à luta para a
inclusão das pessoas com a deficiência nas escolas, no mercado de trabalho e
nas relações sociais. Em consequência desse movimento, dados do Censo Escolar
revelam que houve um crescimento expressivo nas matrículas de pessoas com
deficiência na educação básica regular, ou seja, em turmas em que também
estudam crianças sem deficiência. No ano de 2014, eram 698.768 alunos especiais
matriculados em classes comuns.
Em 1998, cerca de 200 mil pessoas estavam
matriculadas na educação básica, sendo apenas 13% em classes comuns. Em 2014,
eram quase 900 mil matriculas e 79% delas em turmas comuns. “Se considerarmos
somente as escolas públicas, o percentual de inclusão sobe para 93% em classes
comuns”, explicou a diretora de Políticas de Educação Especial da Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da
Educação, Martinha Clarete dos Santos.
Dados do Ministério da
Educação revelam que também houve um aumento de 198% no número de professores
com formação em educação especial. Em 2003, eram 3.691 docentes com esse tipo
de especialização. Em 2014, esse número chegou a 97.459.
Mas o que é a Síndrome de
Down?
A síndrome de Down (SD) é
uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par
21, por isso também conhecida comotrissomia 21.
A SD foi descrita em 1866
por John Langdon Down. Esta alteração genética afeta o desenvolvimento do
individuo, determinando algumas características físicas e cognitivas. A maioria
das pessoas com SD apresenta a denominada trissomia 21 simples, isto
significa que um cromossomo extra está presente em todas as células do
organismo, devido a um erro na separação dos cromossomos 21 em uma das células
dos pais. Este fenômeno é conhecido como disfunção cromossômica. Existem outras
formas de SD como, por exemplo: mosaico, quando a trissomia está presente
somente em algumas células, e por translocação, quando o cromossomo 21 está
unido a outro cromossomo.
O diagnóstico da SD se
realiza mediante o estudo cromossômico (cariótipo), através do qual se detecta
a presença de um cromossomo 21 a mais. Este tipo de análise foi utilizado pela
primeira vez em 1958 por Jerome Lejeune.
Não se conhece com precisão
os mecanismos da disfunção que causa a SD, mas está demonstrado cientificamente
que acontece igualmente em qualquer raça, sem nenhuma relação com o nível
cultural, social, ambiental, econômico, etc. Há uma maior probabilidade da
presença de SD em relação à idade materna, e isto é mais frequente a partir dos
35 anos, quando os riscos de se gestar um bebê com SD aumenta de forma
progressiva. Paradoxalmente, o nascimento de crianças com SD é mais frequente
entre mulheres com menos de 35 anos, isto se deve ao fato de que mulheres mais
jovens geram mais filhos e também pela influência do diagnóstico pré-natal, que
é oferecido sistematicamente às mulheres com mais de 35 anos.
Como a SD é uma alteração
cromossômica, é possível realizar um diagnóstico pré-natal utilizando diversos
exames clínicos como, por exemplo, a amniocentese (pulsão transabdominal do
liquido amniótico entre as semanas 14 e 18 de gestação) ou a biópsia do vilo
corial (coleta de um fragmento da placenta). Ambos os exames diagnosticam a SD
e outras cromossopatias.
Recentemente a prática
médica tem incorporado métodos para a determinação do risco de ter um filho com
SD, como por exemplo, o exame bioquímico, que se realiza mediante a avaliação
dos níveis de substâncias químicas no sangue materno alteradas no caso da SD.
Este exame se realiza entre a semana 14 e 17. A ultrassonografia também pode
colaborar para detectar a SD, através dos marcadores ecográficos,
principalmente da prega nucal, que pode ser medida a partir da décima semana de
gestação. Estas últimas intervenções não são consideradas diagnósticas, para
isso é necessário realizar os exames mencionados em primeiro lugar.
Embora as alterações
cromossômicas da SD sejam comuns a todas as pessoas, nem todas apresentam as
mesmas características, nem os mesmos traços físicos, tampouco as malformações.
A única característica comum a todas as pessoas é o déficit intelectual. Não
existem graus de SD; a variação das características e personalidades entre uma
pessoa e outra é a mesma que existe entre as pessoas que não tem SD.
Cerca de 50% das crianças com SD
apresentam problemas cardíacos, algumas vezes graves, necessitando de cirurgia
nos primeiros anos de vida.
A intervenção médica pode acontecer
com a finalidade principal de prevenção dos problemas de saúde que podem
aparecer com maior frequência na SD. Queremos destacar que a SD não é uma
doença e sim uma alteração genética, que pode gerar problemas médicos
associados.
Devemos olhar a pessoas com
SD em sua singularidade, para que possa ter um pleno desenvolvimento enquanto
sujeito.
Leia mais:
Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Básica Diversidade e Inclusão
Documento lembra que pessoas
com deficiência têm direito à educação
Portal do MEC - Educação Especial
Fundação Sídrome de Down
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